segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Pintura da Nave Central da Igreja Matriz.

No ano de 1959 foi inaugurada a pintura artística da nave principal da Igreja de Nossa Senhora da Conceição. A obra foi financiada pelo governador Pedro Gondim que contratou o casal de pintores Américo (Hungria) e Eva Makk (África do Sul). 
A obra é formada por três painéis ocupando uma área de 130 metros quadrados. O primeiro quadro representa a Assunção, o segundo a Glorificação da Virgem e o terceiro lembra a Medianeira. 
O segundo quadro é uma majestosa concepção em forma de cúpula que abrange uma área de 60 metros quadrados. Os anjos e arcanjos num movimento riquíssimo de originalidade e beleza compõem a sinfonia do ato de glorificação de Nossa Senhora. Reverente a Virgem recebe a coroa do Pai Eterno, sendo assistido pelo Filho assentado e nas mãos com o símbolo da Redenção e o Espírito Santo radiante em forma de pomba. Anjos e Arcanjos ligam a glorificação à terra em atitude cultural, representando a festa celeste. A imitação da cúpula, na construção, moldurando a composição em um círculo – é pintado em forma de mármores, dando perfeita impressão de suntuosidade. As colunas, também pintadas, parecem reais. – O segundo quadro: N. Senhora Medianeira. A Virgem abre os braços para a humanidade. A comunidade paroquial está ajoelhada aos seus pés. Entre o povo está também o vigário. Composição iluminada pela Luz Divina que se esparge da Santíssima Trindade através de N. Senhora que acompanha o espectador de qualquer ângulo. Do povo até N. Senhora estão degraus, representando acesso à graça divina. Completando a obra o casal Makk deixou dois quadros pintados na parede ao lado do altar-mor.



FranciscoTancredo Torres. Areia: Paróquia e Páraco 40 anos. 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

José Antônio Maria da Cunha Lima Filho

José Antônio Maria da Cunha Lima Filho, ou simplesmente Coronel Cunha Lima, aos 93 anos de idade, ainda lúcido, andava a cavalo, como se fosse um rapaz disposto, dirigia diretamente os seus haveres e não deixava um só momento, o seu grande "hobby", a sua distração sempre constante - a política partidária. De mãos abertas, fazia favores a muitos, ele mesmo dava injeção nos moradores do "Mundo Novo", e durante muito tempo o seu prestígio em Areia foi indiscutível. Podia perder a eleição no centro urbano da cidade, mas no elemento rural, a sua força era constante. E ia distribuindo as suas ajudas, os seus favores, sobretudo entre a classe dos mais humildes.


terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Sorveteria do Neiva

Luís Neiva, era uma pessoa, por demais estimado no lugar, pelos seus dotes de exímio decorador de ambientes, dedicado conhecedor de etiqueta sociais e bem informado como ninguém, sobre os aspectos secretos da vida alheia na cidade. O Neiva ainda possuía uma sorveteria, a famosa “High Life”, que em termos de hoje seria o “point” de Areia, cujas atividades, começavam aos sábado pela manhã com o famoso picado, onde se juntavam os amantes da aguardente, dentre eles, o velho Zé Rufino, Antonio Maia e Seu Monel, Zé Henrique, Martinho, João Faixa Branca, Newton Marinho, Gabriel e muitos outros. À noite, a programação do Neiva era mais social, com o tradicional assustado à base da radiola e tome Trio Iraquitan, Miltinho, Altemar Dutra, Aguinaldo Timóteo, e haja “leite de onça”, “mata calado”, e por aí vai. Já os frequentadores deste turno eram outras pessoas podendo dizer, a “society” areiense.
Sob a luz de penumbra, um bolerinho aqui outro acolá, vez por outra um sambinha de Elza ou Miltinho, Altemar e Agnaldo estavam começando, Nélson ainda tinha vez e Ângela como sempre fazendo sucesso. Era sem dúvida um ambiente muito seleto e agradável a sorveteria do Neiva, que fazia inveja a muitas outras existentes em cidades até maiores do que Areia. Os móveis se não requintados, eram de um bom gosto fantástico, o balcão frigorífico dos mais modernos e a decoração do recinto podemos dizer impecável, até porque o Neiva era especialista no assunto. Todos os eventos festivos importantes do velho Brejo de Areia, obrigatoriamente tinha o toque artístico de suas mãos.

Na imagem: Didi, Hélio, Gilberto, Haroldo, Gabriel, Nélio, Betão, Erivan, Geraldo Mago, Onaldo Montenegro e outros.

Texto do livro: Na Intimidade do Brejo de Areia de Newton Marinho Coelho.