domingo, 22 de janeiro de 2017

Ainda sobre as fontes de água potável

Nos quatros pontos cardeais da cidade, ao fundo dos precipícios que a circundam, havia quatro fontes, acessíveis por estradas íngremes, nas quais se abasteciam a população de água potável. Eram as fontes do Pirunga, do Limoeiro, do Bonito e do Quebra. 
A do Pirunga, a mais procurada pela pretendida pureza de suas água, não era, na realidade, melhor que as outras. Todas, em suma, recebiam as enxurradas que escorriam dos fundos dos quintais e as contaminações que lhe chegavam por via de infiltração, quando as chuvas, constantes e duradouras, lavavam a cidade meses a fio.
No Quebra, Tristão Granjeiro construiu um banheiro público que granjeou fama como acréscimo aos encantos da cidade. O artista tão a fundo se meteu no trabalho que de lá saiu para o leito da morte, exatamente no dia em que viu inaugurado sua obra, a 1º de janeiro de 1886. O nome da fonte tem duas versões na história: a primeira diz que a fonte recebeu o nome de Quebra por causa da ladeira escorregadia, conhecida a princípio por Quebra-Potes, na qual os carregadores d'água, vez por outra, iam ao chão, com a preciosa carga que conduziam à cabeça; já a segunda versão está associada ao fato de ter passado por Areia os sediciosos da Revolta do Quebra-Quilos, que jogaram os novos pesos e medidas no precipício onde localizava-se a fonte.
A fonte do Pirunga tira seu nome de um índio que morava no local. A do Limoeiro, devido a um arbusto de igual nome que existia nas imediações. A do Bonito, do panorama deslumbrante que se descortinava do alto da cidade.

Desenho do antigo banho do Quebra que era beneficiado pelas águas da fonte de mesmo nome. Desenho do artista João Carlos. 

Antiga fonte do Bonita que até hoje corre água. 


Fonte: Horácio de Almeida e Joacil de Brito.

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